A criatividade não humaniza
É inegável que o número de animais de estimação tem aumentado e podemos observar uma dispare de petshops, banhos e tosa, clínicas e conteúdos na internet. Nisto, podemos até incluir as intervenções assistidas por animais.
O antropomorfismo dá características humanas aos animais. Isso é possível ver desde obras de artes clássicas, como Metamorfose de Kafka, até as obras do brasileiro Walmor Correia. Mas como isso afeta no nosso dia-a-dia?
Sabe esses vídeos engraçadinhos que vemos na internet? Em que damos voz para os animais e colocamos personalidade e etc? Isso é ótimo e extremamente divertido, excelente para a criatividade e até para sua relação com o animal.
Porém, existe uma linha ténue entre ser uma brincadeira e, por exemplo, se utilizar de mecanismos para exercer uma relação vertical de poder com o animal. Como por exemplo: colocar roupinhas naqueles que não gostam só para uma foto, mudar a alimentação para que se adeque a sua visão de vida... Acreditar que o animal só precisa de água e comida e não entender suas características biológicas.
Nesse caso, a própria intervenção assistida por animais precisa ter cuidado para não cair em uma relação de poder em que o animal representa apenas uma ferramenta de trabalho a favor do outro. Isso não é Intervenção Assistidas por Animais. Isso é uma forma de antropomorfismo.
Por isso, é muito importante que quando nos relacionemos com o animal possamos enxergá-lo tal como ele é, de acordo com a sua natureza e reconhecendo sua personalidade. Aí está a criatividade e o rico desta relação: reconhecer que somos seres diferentes e que coabitam na mesma esfera.
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